miércoles, 6 de febrero de 2008

PARAGUAY

La población indígena en la triple frontera proyectos y esperanzas.

Paraguay tiene una bajísima densidad de población por kilómetro cuadrado. Pero a pesar de que se podría decir que sobra territorio, los indígenas guaranis no tienen otro “lugar” para existir que el del idioma.

Paraguay nos lleva hasta el corazón del pueblo Guarani, a conocer las luchas de una nación en proceso de reagrupación más allá y por encima de las fronteras nacionales.

El pueblo guarani fue masacrado por las armas, hasta casi la extinción en dos oportunidades, pero sobrevivió y marca con su idioma al país entero. Durante la colonización española los monjes de la Compañía de Jesús fundaron Las Misiones. Los jesuitas atrajeron, mediante el lenguaje de la música, a los guaranis que ocultos en la selva, huían de la esclavitud y el “proceso civilizatorio”. Respetando las costumbres ancestrales de cultivo colectivo de la tierra y vida comunitaria construyeron micro mundos en paz. Tolerados algún tiempo, fueron finalmente masacrados por mercaderes de esclavos españoles y portugueses que veían en las Misiones un foco de subversión inaceptable.

En épocas más recientes, Paraguay fue arrasado por la Guerra de la Triple Alianza, protagonizada por Argentina, Uruguay y Brasil. Paraguay era uno de los países más ricos, con mayor desarrollo industrial y justicia económica y social del continente. Detonó la guerra el proteccionismo de la industria nacional y el mercado interno, política de Estado que ponía muy nerviosa a Inglaterra.

”El país más progresista de América Latina construía su futuro sin inversiones extranjeras, sin empréstitos de la banca inglesa y sin las bendiciones del comercio libre. En 1870, después de cinco años de guerra, solo sobrevivían 250.000 paraguayos, menos de la sexta parte de la población”. E.Galeano hace la historia de esa agresión, concluyendo: “Hasta su destrucción Paraguay se erguía como una excepción en América Latina, era la única nación que el capital extranjero no había deformado”.

En un escenario de cambios culturales, políticos y sociales profundos, el pueblo Guarani busca existir como nación. Divididos por fronteras exógenas, los guaranis de Paraguay, Argentina, Bolivia, Uruguay y Brasil se reúnen en busca de un futuro propio como nación. Apoyados en su cosmovisión pretenden diseñar estrategias para la recuperación, conservación y protección de la biodiversidad nativa, del recurso agua, de los conocimientos ancestrales. Ellos reivindican una participación plena y efectiva en las políticas de impacto ambiental, en el diseño y administración de programas, solicitan carta de ciudadanía efectiva, así como políticas públicas de Estado para los Pueblos Originarios. La defensa del agua contenida en el acuífero guaraní está a la orden del día. El pueblo guarani siente que tiene un papel preponderante a cumplir en la conservación de un bien estratégico para la vida de la Humanidad.

¿Cuáles son las propuestas del pueblo Guarani para una nueva y diferente integración en los estados sudamericanos?
¿Cuáles son las cuestiones estratégicas relacionadas con el acuífero Guarani?
¿Cómo se define la identidad del indígena Guarani contemporáneo?

martes, 5 de febrero de 2008

ARGENTINA: Apuntes del viaje

Buenos Aires se dibujo limpio en el horizonte aquella mañana. Habiamos cruzado el inmenso mar que es el Rio de la plata pensando en los vuelos realizado durante la dictadura. Los presos eran arrojados al rio de pies y manos atados, dormidos con medicamentos. Algunos cuerpos aparecian a poco tiempo en costas uruguayas.

A cidade de Buenos Aires me surprendeu, bonita nos seus predios de estilo europeo, lembranças do esplendor da colonia.


Plaza Miserere en el barrio ONCE

Nas ruas bonarenses uma multidao compacta circulava pelas calçadas de mais uma megalopolis. Nos hospedamos no bairro Once , centro urbano das diferentes migraçoes: paraguaios, Bolivianos, uruguaios, peruanos, chineses e mais recentemente , africanos de diversos paises. Os vendedores ambulantes tinham tomado todos os espaços no auge do mercado informal, enfim tudo isso era muito parecido com qualquer grande cidade brasileira...















Casal de Tango no metro de Buenos Aires

Entrevistamos catadores de papelao instalados numa praça do bairro chic de Belgrano, por falta de dinheiro eles ficavam acampando até juntar o material suficiente para vender e voltar para as suas "villas miserias" (favelas em Argentina).

Logo no inicio da entrevista viamos o olhar pesado dos traseuntes, todos bem brancos e de clase media alta. Até que duas velinhas decidiram parar e pedir para falar, ou mais bem falar para a camera, reclamando da presença desses moradores indesejados : "nos entendemos que o governo tem que tomar conta deles, vigiar eles, até ajudar , mais nos nao queremos eles aqui na nossa praça..."

Tudo isso na frente dos catadores calados, ou respondendo com tom calmo. No outro dia na frente de onibus clandestinos que levavam bolivianos, paraguaios e moraodres das provincias do norte, todos imigrantes economicos, de volta para as férias, teriamos a mesma situaçao: Várias velinhas se irritando: "eles estao invadindo a nossa naçao Argentina!" ou " tem que acabar com esses latinos"

Me surprendeu e revoltou o racismo explicito,sem vergonha , sem resposta contundente, justificado por uma sociedade que despreza, explora os indigenas e mestiços argentinos ou nao, vive do trabalho subpago, dessa populaçao vinda do interior do pais ou do campo, sem direitos. Aquí a miscigenaçao nao esta na pauta.

Falariamos com Ruly , ativista da causa ambientalista , com um análise esclarecedor, ele traçaria um panorama histórico dos diferentes ciclos de exploraçao do campo na Argentina e de modelos agrários sempre dominados pela elite. Hoje na sua última versao teriamos a agroindustria e o negocio da terra com ajuda da ciencia e de altas tecnologias. Trancado numa casinha do grande Buenos Aires, ele luta com seus textos e conferencias, espera o colapso do sistema, climático, alimentar... para que o homem tomasse consciencia do erro fatal....

Chegados a Cordoba descobririamos a duas faces sinistras do modelo agroindustrial que fazem da Argentina o segundo produtor mundial de soja depois dos Estados Unidos e laborátorio mundial das grandes companhias na utilizaçao de agroquimicos e experimentaçoes genéticas.

No bairro de Ituzaingo a uma hora do centro de Cordoba no norte do pais, encontramos um coletivo de maes organizadas para denunciar as fumigaçoes dos cultivos de soja. No bairro os campos ficam do outro lado da calçada, a soja avançou até dentro do bairro, as fumigaçoes se realizam com avionetas, as crianças brincam nos campos, as nuvens de pesticidas voam sobre o bairro com o vento...

Resultado, uma lista de mais de 300 casos de cancer que atingem dversos orgaos do corpo, leucemias e malformaçoes de crianças.
Em Oncativo visitamos os depositos de embalagens de agroquimicos a céu aberto em supostas plantas de reciclagem, entrevistamos um engenheiro que explica muito claramente a correlaçao entre o modelo agroquimico de produçao e um modelo de sociedade que pretende continuar esvaziando o campo.




Fumigadores com os quimicos da Monsanto


Em Las Peñas somos recibidos pelo movimento camponês de Cordoba. Jovens militantes que realizam um trabalho de formiga juntando e organizando pequenos camponêses que sofrem a guerra da terra na pele: Doña Ramona ,uma ancia de 80 anos viú a sua casa invadida por forças de choque para desalojar a sua pequena chacara...Os policiais procuravam ativistas armados...Encontraram a senhora e alguns membros da familia.



Publicidad dos produtos da Monsanto usados nos campos




Logo as máquinas destruiriam a casa dela, o produtor de soja extrapolou o número de hectareas que ele realmente comprou na área. Conivencia dos orgaos do estado locais e dos poderosos produtores resolveriam esse pequeno erro de cálculo.




Orlando filho de Dona Ramona mostra "el Gauchito" santo dos camponeses do norte da Argentina



A miseria e a fome avançam na Argentina, a soberania alimentar de um pais com capacidade para alimentar 300 milhoes de pessoas é claramente ameaçada.

Na voz desses jovens , técnicos, militantes descobrimos que nos capilares do corpo sistema os homens radicais livres estao resistindo.

Admiro a determinaçao desses homens e mulheres...

Me pergunto qual é a força real desses movimentos? Nesse deserto verde, os sonhos de camponêses livres flotam como bandeiras, as lembranças das terras sem arame estao vivos na memória da infancia, da juventude...

As memórias e Don Olmos , sonhos de gaucho, vida de obrero ...

As memórias do jovem Gaston que brincava nos campeonatos de futbol com os amigos aonde hoje vemos soja até o horizonte, os sonhos de Gaston que lutará para repoblar o campo...

A vida e luta de todos eles com as maos na terra os pés no chao, a cabeça no céu de uma cor diferente...

Articulados regionalmente, trabalhando em contato com outros paises e lutas graças a internet, encontros, conferencias...

10 dias depois pegamos o onibus e cruzamos durante a noite o resto da Argentina para acordar as 6 da manha na rodoviaria de Asunción...

No ar seco e quente brilham palavras numa lingua desconhecidapara nós, a lingua da naçao guarani...

até breve.

P.s. Esperando encontrar um teclado com acentos deixei passar os dias, nao achei , prefiro seguir assim , na mixtura que vivo de fato desde que aos 3 anos comecei pelo exilio e o francés , e ha 6 anos no Brasil com o protugués...boa sorte na leitura.

em poucos dias quero compartilhar todos os contatos dessas organizaçoes para quem quiser saber mais, ajudar , articular possa entrar em contato

Até.

Miguel